Por Monalisa Gomes
As práticas de ESG (environmental, social and governance) estão avançando no mundo corporativo, como já comentei em artigos anteriores. Vejo o quanto a sociedade está evoluindo ao priorizar o consumo de marcas transparentes e, por isso mesmo, cobram das empresas um comportamento mais responsável nos negócios, que devem seguir os pilares ambientais, sociais e de governança.
Percebo que há um esforço global para tornar a sociedade mais justa e igualitária. Também faço parte deste time. Todos os meus passos no mundo corporativo me prepararam para ajudar líderes e organizações na construção de um mundo melhor.
Na minha trajetória profissional tenho observado que quanto antes as empresas adotarem os princípios ambientais, sociais e de governança, mais e melhores são as chances de um crescimento sustentável.
Nesse contexto, as startups são um modelo de negócio ideal para implantar, desde a gestação, as iniciativas de ESG, que vão impulsionar a empresa em aspectos como inovação, eficiência, agilidade operacional, marketing, vendas, atração e fidelização do cliente.
Durante a leitura deste artigo, você vai descobrir:
- Quais os dados sobre ESG nos negócios;
- Os impactos da implantação de ESG nas startups;
- Benefícios e porquês de investir em ESG;
Siga com a leitura e descubra como a implementação dessa pauta fará diferença no crescimento da sua empresa.
ESG nas organizações
Os compromissos ambientais, sociais e de governança também estão no radar dos investidores, pautando, cada dia mais, as decisões de investimentos.
Sendo assim, incluir essas diretrizes desde o nascimento de uma organização pode pavimentar um caminho de crescimento sustentável e vida longa nos negócios, o que permitirá passos cada vez mais ousados.
Um levantamento da Humanizadas, startup que pesquisa estruturas organizacionais, reforça meu ponto de vista.
Os dados apontam que as startups que integram o ESG ao negócio possuem 33% mais agilidade para responder aos desafios de negócios do que a média geral das empresas de todos os portes. Também conseguem 43% mais capacidade de inovar, engajamento interno 23% maior para gerar mudanças e 20% mais inclusão e diversidade no trabalho.
Quando olho para o universo das startups, vejo infinitas possibilidades, principalmente a de evolução do negócio de maneira sólida desde o início.
Engana-se quem acredita que implementar essas práticas gera um alto custo.
Certamente gasta-se mais para adequar as empresas com as iniciativas de ESG. Então, sugiro olhar por outro ângulo: como investimento.
Pode até ser que, neste momento, não faça diferença, mas no futuro, a falta desses critérios pode atrasar o potencial de crescimento da organização.
E isso já tem sido discutido em larga escala entre os principais CEOs de startups, que já entenderam que “o que vai limitar o crescimento das empresas é a falta de ESG, não de crédito”, como disse Marcelo Serfaty, CEO da Liber, à Exame.
Vale lembrar que o ESG olha para dentro da governança e ajuda a mapear riscos e minimizar impactos, pontos importantes para o sucesso do negócio.
Investindo em ESG
Governos e a sociedade estão mais exigentes quanto a esses compromissos. E, cada vez mais, os investidores priorizam empreendimentos que adotam esses pilares em sua estrutura para direcionar o dinheiro. Sem contar a maior facilidade na hora de conseguir crédito.
As ações de ESG contribuem com a sustentabilidade do negócio e estão relacionadas à estratégia de sobrevivência da startup no médio e longo prazo.
No início pode parecer assustador para uma startup pensar em incluir as práticas ESG no seu dia a dia. Mas os gestores podem – e devem – traduzir essas ações para o tamanho e realidade da empresa. É uma construção.
A estratégia de governança socioambiental precisa evoluir de acordo com o plano de negócio desenhado para ela. E avançar juntos!
Para começar, sugiro responder algumas questões:
Qual a cultura da sua empresa?
Qual o seu propósito?
Qual dor quer resolver?
As respostas vão direcionar os esforços e recursos para ações que impactem cliente, investidor, funcionário e sociedade. O resultado será uma uma gestão mais madura e um maior engajamento interno e satisfação externa.
Como, então, implementar ações Ambientais, Sociais e de Governança em meu negócio?
No contexto ambiental, por exemplo, pense em implementar uma política adequada de gestão de resíduos, comprometer-se com a redução ou eliminação das emissões de CO2, usar matérias-primas, materiais recicláveis e fontes de energia renováveis.
Você também pode investir em digitalização e automação para diminuir o uso de papel, promover campanhas de conscientização ambiental, financiar projetos na área e adotar princípios da economia circular.
Esses são alguns exemplos de ações que podem impactar positivamente a pauta ambiental no seu negócio e gerar transformação na sociedade.
Já para inserir iniciativas sociais, é importante saber:
- Qual a cultura da empresa?
- Por que ela nasceu?
- Por que as pessoas devem arriscar a trabalhar em uma organização que está começando?
- Como se posiciona em relação à diversidade, equidade, inclusão?
Mesmo sendo um empreendimento jovem, um olhar para o horizonte vai permitir visualizar como será o cenário quando tiver um número maior de funcionários.
Imagine poder definir desde o início com quem quero trabalhar, os meus sócios, que tipo de profissional fará parte do meu conselho consultivo ou comitê?
Vou escolher por afinidade ou porque essa pessoa vai conseguir enxergar o que não tenho e trazer essa diversidade para dentro da empresa de alguma forma?
Programas de diversidade e inclusão, flexibilidade aos colaboradores para conciliar melhor a vida profissional e pessoal, respeito aos direitos do consumidor, atendimento humanizado, desenvolvimento de projetos sociais na comunidade local e promoção ou patrocínio de eventos e espaços culturais são alguns exemplos de ações sociais.
É sempre bom ressaltar que um ambiente de trabalho inclusivo e saudável impacta diretamente na produtividade.
Quando se trata de governança, a organização precisa de um mínimo de estrutura em relação à documentação, contabilidade de acordo com a legislação vigente, fluxo de caixa, acordo de sócios bem determinado, assessoria jurídica adequada, auditoria anual e a escolha correta do sistema tributário.
Os mecanismos de transparência contribuem para elevar a confiança perante o público.
Conclusão
Além de toda a percepção positiva gerada pela agenda ESG, as organizações que adotam esses princípios são mais resilientes ao passar melhor por crises, pois contam com cultura e processos para essas situações.
Investir na implementação dessa pauta é investir no crescimento e sustentabilidade do próprio negócio.
O sucesso atrelado a tudo isso será uma consequência de escolhas e decisões voltadas às práticas positivas nos âmbitos ambientais, sociais e de governança.
O impacto favorável dessa agenda não se limitará apenas ao negócio, mas transformará toda a sociedade.
E você? Acredita que a construção de uma base sólida de uma startup contribui para a oferta de melhores serviços e que possam proporcionar valor a longo prazo para a sociedade e o planeta?